Previsão de chuvas para setembro, outubro e novembro

Em grande parte do Brasil Central, a previsão é de atrasos no início da estação chuvosa, o que pode afetar a semeadura dos grãos e retomada das pastagens.

O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) divulgou recentemente as expectativas de anomalias (desvios) de chuvas para o trimestre setembro, outubro e novembro. Esse período é importante, pois marca o início da estação chuvosa no Brasil Central e no Centro-Sul.

Dessa forma, a dinâmica das chuvas nesses meses é fundamental para a semeadura da próxima safra de grãos (2019/2020) e também para a retomada da qualidade das pastagens nas principais regiões pecuárias do país.

Observe, na figura 1, que nos estados da região Sul do país, as precipitações deverão ocorrer acima da média histórica (normal climatológica), entre e 50 e 100 milímetros a mais.

Figura 1
Previsão de anomalias (desvios) de chuvas para o trimestre setembro, outubro e novembro, em milímetros.

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Fonte: INMET

No entanto, o que chama a atenção no mapa são as áreas em amarelo e bege, nas quais estão previstas chuvas abaixo da média histórica, com déficits de até 50-100 milímetros no acumulado dos três meses.

Destacamos Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Rondônia, Acre e a Bahia, importantes produtores de grãos e de bovinos de corte e leite.

Caso esse cenário se consolide, os reflexos possíveis na agricultura e pecuária são:

  1. Atrasos na semeadura da safra de verão e, consequentemente, um encurtamento da janela de plantio da segunda safra na temporada que está se iniciando no país. Isso significa que a janela de plantio do milho (2ª safra) poderá ser menor em 2019/2020, diferentemente do que vimos neste ano, mais dentro da normalidade. Com isso, os riscos climáticos aumentam, assim como a possibilidade de queda nas produtividades médias das lavouras.
  2. Atrasos na retomada do vigor e disponibilidade do capim, o que poderia atrasar também a retomada da oferta de boiadas terminadas em pastagem. Isso poderia dar uma sustentação maior ao mercado do boi gordo no início de 2020.
  3. Na região Nordeste, a previsão é de que as chuvas ocorram mais dentro da média histórica nos próximos três meses, ou seja, em pequenos volumes. Lembrando que nesse período, normalmente, não chove nos estados do semiárido nordestino.

No Norte do país, as previsões são distintas entre as regiões: Leste do Pará, Sul do Amazonas, Acre e Rondônia. A expectativa é de volumes de chuvas abaixo da normalidade, o que mantém o alerta não só para a questão das pastagens, mas também a preocupação com os focos de incêndios na região.Já no Leste do Amazonas e Sudoeste do Pará, deverá chover entre 50 e 100 milímetros acima da média histórica para os meses em questão.

Curto prazo

Para o curto prazo, ou seja, até o final de agosto, são esperadas chuvas apenas no extremo Norte do país e na faixa litorânea que vai da Bahia ao Rio Grande do Norte, conforme apresentamos na figura 2.

A expectativa é de que a situação das pastagens melhore após 15-20 dias da retomada das precipitações no país.

Figura 2
Previsão de chuvas no Brasil entre os dias 22 a 30 de agosto de 2019, em milímetros.

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Fonte: USDA