“Aproveite as oportunidades e vá vendendo sua soja”, diz analista sobre vantagem do dólar para o Brasil

“Não espere a soja chegar aos R$ 100,00 nos portos. Tem que aproveitar e ir vendendo, não ficar com soja na mão esperando os R$ 100,00”. Foi assim que definiu o atual momento para o produtor brasileiro de soja o diretor do Grupo Labhoro, em entrevista ao Notícias Agrícolas ontem (12/3), dia de perdas generalizadas entre as commodities, mas com o Brasil ainda sendo muito favorecido pela alta forte do dólar frente ao real.

Os futuros da oleaginosa cederam mais de 1% – ou mais de 13 pontos – entre os principais vencimentos negociados na Bolsa de Chicago nesta sessão, acompanhando as drásticas baixas de outras commodities e ativos financeiros em um novo dia de efeito manada provocado pelo coronavírus.

Em contrapartida, o dólar chegou a registrar os R$ 5,00 pela primeira vez na história do país, frente a uma intensa ao aversão ao risco e ao pânico generalizado – foi amenizando as altas ao longo do dia e encerrou os negócios com R$ 4,78. E esta segue como a principal vantagem do produtor brasileiro na hora de avançar com sua comercialização.

“Se não fosse essa grande alta do dólar, os preços (da soja brasileira) estariam lá embaixo, no fundo do poço”, afirma Sousa.

O Brasil, como explica o diretor da Labhoro, tem algo perto de 62% da safra atual já comercializada e, ainda segundo Sousa, os negócios foram um pouco mais lentos nos últimos 15 dias diante das turbulências pelos quais passaram os mercados neste período.

MERCADO INTERNACIONAL

Na Bolsa de Chicago, as cotações foram pressionadas pelo agravamento das notícias relacionadas à pandemia de coronavírus. E a maior preocupação ainda está aliada e sendo alimentada pelos efeitos que o vírus pode causar sobre a economia global.

A produtividade mundial está parada, há um agravamento da crise na Europa e a decisão de Donald Trump de suspender vôos do continente europeu por 30 dias são situações que dispararam novos gatilhos para as despencadas desta quinta.