Adubação em prol da produtividade

A estimativa é de que a população mundial, em 2024, será superior a 8 bilhões de pessoas e, em 2050, superior a 9,5 bilhões, exigindo maior oferta de alimentos. Em um mundo que enfrenta constantes desafios, se faz necessário transformar os sistemas agroalimentares e preparar o planeta para o futuro. Inúmeros fatores estão envolvidos nesse cenário, mas é evidente que a crescente demanda por alimentos tem gerado aumento na expectativa de produtividade no campo, além de ser uma das maiores preocupações da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

O caminho que tem sido trilhado por muitos agricultores, com resultados comprovados em pesquisas científicas, é baseado no uso inteligente dos insumos, sobretudo de fertilizantes. Elevar sem critérios, porém, a quantidade de adubo não é, na maioria dos casos, a melhor solução para aumentar a produtividade das lavouras. É preciso um manejo agronômico adequado, que prevê técnicas que ajudam o produtor rural a ter mais eficiência e a fazer uso sustentável dos insumos.

Para isso, o primeiro passo é a realização de um diagnóstico bem-feito da saúde do solo, identificando quais nutrientes podem estar limitando o potencial produtivo. Ferramentas como boas amostragens das áreas, análises confiáveis, conhecimento do histórico de manejo e da cultura a ser implantada são essenciais. Com essas informações, é possível identificar quais elementos devem ser mantidos, reduzidos ou elevados na adubação.

Com funções determinantes no desenvolvimento das plantações, os fertilizantes devem ser adquiridos de forma criteriosa pelos agricultores. O grande benefício da adubação é a aplicação exata dos elementos de que os solos e culturas necessitam para que as plantas se desenvolvam e atinjam seus tetos produtivos. Fertilizantes com granulometria uniforme contribuem para que a distribuição do insumo seja homogênea, ou seja, garantia da mesma quantidade de nutrientes em todos os pontos aplicados. Isso proporciona arranque inicial uniforme, sem falhas por má distribuição dos componentes da fertilização.

Dentre vários aspectos para a escolha correta do adubo, entender sobre como eles funcionam no solo e nas plantas pode fazer uma grande diferença. Enxofre (S) e Boro (B), por exemplo, são conhecidos como elementos facilmente arrastados pela água das chuvas (lixiviação) para profundidades onde as raízes dos vegetais não os alcançam. Desta forma, ainda que seja feita uma aplicação de elevadas doses destes elementos no plantio, com o passar do tempo, vão sendo perdidos para o ambiente. Nos fertilizantes em que os nutrientes possuem disponibilidade prolongada, a liberação de S e B se dá de maneira gradual, garantindo maior eficiência na absorção durante todo o ciclo da cultura, principalmente nos momentos de maiores necessidades. Com isso, a eficiência do processo aumenta e ganhos de sustentabilidade acontecem, uma vez que os impactos ambientais são minimizados.

A absorção dos nutrientes pelas plantas desde o processo inicial de desenvolvimento contribui para gerar raízes mais vigorosas, o que impacta positivamente na tolerância a eventos de estresse. Certas fases do ciclo das culturas são decisivas para a produtividade, e uma delas é a floração. Em soja, por exemplo, se falta Boro nessa etapa, pode ocorrer o “abortamento” de uma grande quantidade de flores. E menos flores significa menos frutos e grãos. Durante a fase de “enchimento de grãos” ocorre o acúmulo de óleos e proteínas e, para a formação destes compostos, o Enxofre é fundamental. O suprimento adequado deste elemento, nessa etapa, favorece a obtenção de grãos mais pesados e, consequentemente, maior produtividade.

Ofertar macro e micronutrientes em teores equilibrados por meio de fertilizantes multinutrientes é dar as condições necessárias para que as lavouras atinjam novos patamares de produtividade. Quando os elementos são trabalhados de forma isolada, a eficiência da operação pode ser impactada. Ao trazermos todos os nutrientes em um único produto, com grânulos uniformes, contribuímos para reduzir a complexidade do manejo no campo, maior uniformidade na aplicação e consequente aumento produtivo.

Dessa forma, a adubação equilibrada das culturas é muito mais eficiente do que o fornecimento de elementos em grandes quantidades. Estamos falando de nutrientes certos e em quantidades balanceadas para garantir o bom estabelecimento inicial, homogeneidade da lavoura, maior ‘pegamento’ de flores e enchimento de grãos. A alta tecnologia no fornecimento de macro e micronutrientes promove maior arranque inicial e desenvolvimento radicular mais vigoroso.

Essa atenção à adubação é essencial para agricultores que possuem a expectativa de ter melhores resultados de produtividade e de qualidade. O produtor rural consegue enxergar que o investimento contínuo em fertilização equilibrada, de qualidade, é sinônimo de usar os recursos de forma inteligente para elevar a rentabilidade.