Com litro de leite de burra valendo até R$ 500, Índia investirá em laticínio

Os benefícios do leite de burra (ou mula) para fins estéticos são conhecidos há milênios. Diz-se que Cleópatra, última rainha do Antigo Egito e uma das mulheres mais conhecidas da história, banhava-se nele para prolongar a juventude, e é bem verdade que o produto tem propriedades antioxidantes, que retardam o envelhecimento da pele.

Porém, diferentemente das vacas, que produzem milhares de litros por ano, as burras dão cerca de 20 litros apenas. Por isso, Cleópatra possuía 700 animais dedicados à produção para seu banho de beleza.

E é a raridade que faz com que o leite de burra valha tanto no mercado. Na Índia, por exemplo, o litro do produto chega a ser comercializado pelo equivalente a R$ 500. A indústria de cosméticos é a principal compradora e utiliza-o para confecção de sabonetes, loções corporais, protetores labiais entre outros.

De olho nessa oportunidade, a Índia anunciou nesta semana que deve inaugurar em breve um laticínio focado em leite de burra, no Centro Nacional de Pesquisa em Equinos (NRCE, na sigla em inglês), em Hisar, no estado de Haryana. A raça halari foi a escolhida para o trabalho, e a organização já encomendou 10 animais, que estão em reprodução neste momento, segundo o canal de notícias Zee News.

Também é alimento

Outro fato interessante é que antes da Segunda Guerra Mundial o leite de burra era usado para substituir o leite materno, por ser bastante parecido (em termos de vitaminas, minerais e ácidos graxos) e não causar alergia em crianças, como acontece com leite de vaca e de búfala. Porém, acabou caindo em desuso, justamente por sua baixa produção.

Atualmente, o queijo mais caro do mundo tem como matéria-prima o leite de burra. Chamado de “pule”, ele é produzido em uma reserva natural na Sérvia. O quilo dessa iguaria é comercializado por mais de US$ 2.000. Fazendo a conversão com o dólar na casa dos R$ 5,30, equivale a impressionantes R$ 10.600.