Defensivos agrícolas: fundamentais para agricultura sustentável

Defensivos agrícolas são produtos químicos, físicos ou biológicos usados na agricultura para o controle de seres vivos considerados prejudiciais à lavoura. Eles têm a função de defender as lavouras do ataque de insetos, plantas daninhas e doenças que atingem o ciclo de uma cultura.

São também conhecidos por agrotóxicos, pesticidas, praguicidas ou produtos fitossanitários. Dentre esses, agrotóxico é o termo utilizado pela legislação brasileira.

Os defensivos agrícolas fazem o controle das pragas que prejudicam a lavoura, garantindo a saúde das plantas. O seu uso permite a sustentabilidade da produção agrícola, que mantém o Brasil como um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo.

Pragas são organismos vivos, como insetos, ácaros, fungos ou plantas daninhas, que causam prejuízos às plantas cultivadas, produtos armazenados ou aos animais.

Por que os defensivos agrícolas são necessários?

A agricultura tem o desafio de produzir cada vez mais sem aumentar áreas plantadas. O objetivo é alimentar a população crescente de forma sustentável. No entanto, em condições climáticas favoráveis, as pragas podem causar diferentes níveis de danos, desde leve redução na lucratividade até perda total da lavoura. Em muitos casos, podem causar sérios prejuízos que afetam tanto o produtor como o consumidor final.

Para resolver esse problema, existem várias técnicas de proteção contra pragas que são utilizadas pelos produtores rurais. Os defensivos agrícolas compõem uma dessas estratégias. “Utilizados da forma correta, eles protegem a lavoura, evitando perdas no campo e escassez de alimentos.”Juliana Ramiro, engenheira agrônoma e doutora em fitopatologia.

Os defensivos agrícolas podem ser utilizados como única forma de controle?

Assim como qualquer outra técnica da agricultura, os defensivos agrícolas não devem ser utilizados isoladamente, mas sim associados a um contexto conhecido como MIP – Manejo Integrado de Pragas.

O MIP é composto por um conjunto de ferramentas que visa o melhor manejo de uma determinada praga. Essa integração se inicia a partir de um planejamento agrícola, no qual serão determinadas quais serão as técnicas a serem utilizadas naquela safra.

Os defensivos agrícolas podem estar associados a diferentes técnicas do MIP. Também podem ser utilizados em diversos momentos, desde o tratamento de sementes até a prevenção ou controle de pragas durante o desenvolvimento da cultura.

Durante o ciclo de uma cultura se faz um monitoramento para verificar a presença de pragas que possam potencialmente causar prejuízos à lavoura. A partir daí, determina-se a utilização ou não de um defensivo agrícola, seja ele químico, físico ou biológico.

Uma das primeiras técnicas de manejo a serem adotadas no MIP é o uso de variedades resistentes, obtidas por meio do melhoramento genético de plantas.Nos últimos anos, com a chegada da biotecnologia, o melhoramento genético de plantas avançou muito. Por meio de técnicas de biotecnologia, foram desenvolvidas variedades de plantas resistentes a insetos, as chamadas culturas Bt. O uso de variedades que contêm esse tipo de tecnologia reduziu a necessidade de utilização de defensivos químicos no controle de pragas.

Além das variedades resistentes e dos defensivos, o MIP abrange diferentes formas de manejo de pragas. A escolha das melhores técnicas de manejo depende dos seguintes fatores:

  • planejamento
  • área plantada
  • informação obtida com o monitoramento
  • avaliação técnica prévia à tomada de decisão.

“A recomendação é sempre a utilização do Manejo Integrado de Pragas, onde os produtos fitossanitários, químicos ou biológicos, devem ser empregados apenas quando necessários.

Fazer o uso correto dessas ferramentas no controle de pragas permite aumentar a produtividade e obter maior rentabilidade.