Depois de subir 50% no ano, boi gordo começa a baixar a poeira

Preços abrem dezembro em queda, motivada pela pisada no freio dos frigoríficos

Depois de registrar um novembro histórico de recordes de preços, o Indicador Esalq/B3/Cepea do boi gordo abriu dezembro em trajetória de baixa, marcando recuo de 5,1% no acumulado do mês. Nessa terça-feira, fechou a R$ 219,45/@, com retração de 3,6% sobre o valor do dia anterior (R$ 227,80/@).

Na última sexta-feira, 29 de novembro, o mesmo indicador chegou a bater a marca histórica de R$ 231,35/@, o que representou valorização de 50,1%, ou R$ 77,95/@.

Segundo a Agrifatto, as escalas de abate começam a se mostrar gradualmente maiores em boa parte das regiões analisadas pela consultoria. Em São Paulo, Mato Grosso do Sul e em Tocantins, as programações de abates ficam na faixa dos seis dias úteis. Goiás ainda mostra certa dificuldade em avançar, com as escalas de abate atendendo ao redor de quatro dias úteis, informa a Agrifatto.

O ligeiro alongamento das programações de abate já reflete nas indicações de balcão, com ofertas de compra a preços menores. “Aliado a isso, existe a dificuldade do escoamento de carne bovina no atacado, após as revisões para cima dos preços das proteínas animais”, observa a Agrifatto.

De acordo com a consultoria, nas praças paulistas, as ofertas realizadas pelos frigoríficos têm diminuído entre R$ 5 e 10/@, com negócios saindo na casa dos R$ 220/@.

Susto – Em entrevista à agência Reuters, o analista Thiago de Carvalho, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), disse que o consumidor “se assustou” com a disparada da carne bovina nas prateleiras frias do varejo. “É natural, e tem proteínas mais baratas, então realmente tem um efeito da demanda e da renda também”, afirmou Carvalho, ao justificar os recentes reajustes nos preços do boi gordo.