Fontes alternativas para alimentação de aves

Tradicionalmente, as rações para frangos no Brasil utilizam principalmente milho e farelo de soja, com uma parcela de até 70% destes produtos na sua formulação. Dentre as alternativas mais viáveis economicamente para substituição, encontram-se:

1. Trigo e Triticale
Tanto o trigo quanto o triticale são cereais de inverno colhidos no final do ano, justamente na entressafra do milho, portanto, os avicultores devem redobrar a atenção em seus preços. Historicamente, o trigo sempre foi destinado ao consumo humano e os subprodutos do seu processamento, corriqueiramente, direcionados à alimentação animal – principalmente, o farelo de trigo. Para as aves, o trigo possui 10% menos energia do que o milho, mas tem maior percentual de proteína, sendo uma ótima alternativa para substituí-lo em, aproximadamente, 20% na dieta.

O triticale é um grão produzido com o destino principal para a produção de rações. Este ingrediente entrará na substituição parcial do milho na alimentação das aves, visto que não tem tanta energia, em proporções de até 75%.

Em geral, o preço limite para compra do trigo e do triticale para uso em rações de frangos não deve ser superior a 90-95% do preço do milho, caso contrário, a substituição não valerá a pena.

2. Sorgo
O sorgo é um cereal semelhante ao milho, porém, sua disponibilidade comercial não é muito alta. Mesmo assim é uma boa alternativa, pois apresenta excelente possibilidade de uso na alimentação de aves, desde que sejam incluídos ingredientes com pigmentos carotenóides ou xantofilicos, já que o sorgo diminui a pigmentação da pele. Algumas variedades podem conter alta quantidade de tanino, o qual é indesejável para rações.

O sorgo, quando comparado com o milho, tende a ter menos energia metabolizável, mas, mesmo assim, pode ser vantajoso na substituição parcial do milho, desde que seu preço não seja superior nem menor do que 90% deste.

3. Farinhas não aviárias e mandioca
Farinhas animais de outras espécies não aviárias, devidamente processadas e de boa qualidade (nutricional e sanitária), podem ser boas alternativas proteicas e fosfóricas, que objetivam diminuir o custo da dieta. Nestes casos, análises devem ser sempre solicitadas, visando a garantia de qualidade do ingrediente (negativo para salmonela, putrefação, sem rancificação, digestibilidade, entre outras causas de problemas).

Por fim, há a opção de utilizar a mandioca, que é um alimento energético que substitui, em parte, o milho.

A busca por alimentos alternativos é uma tática bastante válida para o atual contexto dos sistemas produtivos no Brasil, pois, assim, o custo da ração tende a diminuir. Porém, não pense somente em baixar custos. É essencial considerar a qualidade destes ingredientes – isso porque, caso a alimentação não atenda às necessidades dos animais e suas categorias, a produção não trará os resultados que sempre se espera.