Mercado de Proteína animal: boi, frango e suínos

Apesar de a pandemia de coronavírus trazer grandes incertezas quanto ao andamento da economia mundial e do agronegócio brasileiro, as exportações nacionais de carne bovina in natura continuam registrando bom desempenho.

Os volumes embarcados em março e também no primeiro trimestre deste ano foram recordes para os respectivos períodos. Esse cenário, atrelado ao dólar elevado, garantiu receita mensal com as exportações de carne bovina acima de R$ 2 bilhões nos três primeiros meses deste ano.

Em março, quando a pandemia começou a avançar com força no Brasil e a reduzir a intensidade na China – o principal destino da carne nacional –, frigoríficos embarcaram quase 126 mil toneladas da proteína in natura, conforme dados da Secex.

Segundo pesquisadores do Cepea, os preços da arroba têm apresentado pequenas oscilações, influenciados pela entrada e saída de operados do mercado, que negociam apenas quando há necessidade. Além disso, muitos frigoríficos têm trabalhado com escalas mais curtas. Nessa quarta-feira, 8, o Indicador fechou a R$ 201,80.

Segundo colaboradores do Cepea, no mercado de frango, após a valorização no final de março (por conta do aumento das compras da população), o enfraquecimento da demanda interna pressiona as cotações em abril. Para a carne suína, a lentidão nos negócios e a dificuldade de escoar a produção têm pressionado os valores de todos os produtos do setor, da carne ao vivo. 

Apesar da pandemia de coronavírus na China já entre o fim do ano passado e o início de 2020, o país seguiu demandando altos volumes de carne suína, favorecendo os embarques brasileiros da proteína. 

No mercado brasileiro, a redução das vendas na ponta final da cadeia tem travado todo o setor suinícola. A produção da indústria não consegue ser escoada para atacadistas e varejistas, diminuindo a venda de novos lotes de suínos para abate e fazendo com que os preços do animal acumulem queda neste mês.