Ministra pede cota zero para importação de 400 mil t de arroz

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) deverá analisar pedido para zerar temporariamente a taxa de importação de arroz para uma cota de 400 mil toneladas do produto até o final do ano, disse a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, à CNN Brasil, na véspera.

Uma reunião extraordinária da Camex foi convocada para esta quarta-feira, segundo informação do site da câmara interministerial.

O movimento do governo vem em meio a um significativo aumento recente de preços de alimentos básicos no Brasil, incluindo o arroz, cuja cotação atingiu patamar recorde.

O presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar na semana passada que pediria “patriotismo” aos donos de supermercados para evitar aumentos de preços aos consumidores.

Na terça-feira, ele disse que tem pedido aos lojistas que produtos essenciais sejam vendidos com margem de lucro “próxima de zero”.

Em entrevista à CNN Brasil na noite de terça-feira, a ministra Tereza Cristina disse que sua pasta tem monitorado os estoques de produtos agrícolas.

“Nossa grande preocupação é que não faltem alimentos nos supermercados”, afirmou ela, ao citar mudanças na demanda devido a novos hábitos alimentares dos brasileiros durante a pandemia de coronavírus, com muitas pessoas ficando em casa após quarentenas decretadas por governos e prefeituras para reduzir a disseminação da doença.

A estatal Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) também atribuiu o aumento dos preços à maior demanda em meio à pandemia e outros fatores, como preços internacionais já elevados antes mesmo da Covid-19 e a desvalorização do real frente ao dólar, assim como a expressiva exportação de janeiro a julho.

A ministra garantiu que a próxima safra de arroz, que começa a ser plantada agora, ajudará a reduzir os problemas de oferta.

“Esse arroz ele começa a ser colhido em janeiro, em meados de janeiro ele já está sendo colhido, e nós teremos uma safra bem maior… ano que vem teremos um estoque bem maior de arroz”, afirmou.

O Ministério da Agricultura disse no final de agosto que avaliava a possibilidade de isentar temporariamente de tarifas importações de arroz, milho e soja de países que não são membros do Mercosul para equilibrar o mercado doméstico e impedir aumentos de preços.