Não confunda Agrotóxico com Fertilizante

A agricultura representa uma das principais atividades do Brasil. Há muito tempo essa atividade tem grande protagonismo em nossa balança comercial. Somos produtivos, competitivos e adotamos tecnologia de ponta, como modernos fertilizantes, máquinas agrícolas inovadoras e sistemas produtivos dos mais avançados.

Mas, apesar do sucesso, ainda há muito preconceito e falta de informação quanto às características que fizeram o agronegócio brasileiro atingir esse patamar.Uma dessas desinformações tem relação com o uso de fertilizantes e agrotóxicos nas lavouras.Há ainda muita confusão sobre o que são os fertilizantes e sobre o que são os agrotóxicos.

As pessoas costumam se perguntar: São a mesma coisa? Se complementam? Quando utilizar um e quando utilizar o outro? Fazem mal?

De fato, muitas são as dúvidas a respeito deste assunto, mas uma coisa pode-se dizer de antemão: fertilizantes e agrotóxicos não são a mesma coisa, sendo esse um dos mitos mais comuns sobre os fertilizantes.

Por isso, vale a discussão para entender as diferenças entre eles e quando devem ser utilizados para uma melhor produtividade.

Uso de fertilizantes e agrotóxicos na agricultura – Qual a função de cada um?

Tanto os fertilizantes quanto os agrotóxicos são produtos comumente utilizados nas lavouras com o objetivo de promover o desenvolvimento das plantas e combater/impedir a presença de pragas causadoras de sérios danos às lavouras.

Entretanto, as características e funções de cada um destes grupos de produtos usados na agricultura são bastante diferentes.

O que são fertilizantes?

Mas, em resumo, fertilizantes são substâncias regularmente utilizadas no solo ou nos tecidos vegetais (essencialmente folhas) com o objetivo de prover um ou mais nutrientes essenciais ao crescimento das plantas, fazendo-as se desenvolverem, são indispensáveis para aumento da produtividade.

Assim, os fertilizantes, sejam eles minerais ou orgânicos, fornecem ao solo e à planta os nutrientes necessários para a germinação, produção de folhas, sementes e frutos. Também são utilizados para aumentar a produtividade com consequente redução de custos dos alimentos.

E os agrotóxicos? O que são?

Agrotóxicos são produtos químicos que visam controlar pragas, doenças ou plantas daninhas com potencial de causar danos à lavpura. Também são designados como defensivos agrícolas ou agroquímicos.

De forma simplificada, os agrotóxicos são costumeiramente separados em 3 grupos:

  • Inseticidas: Utilizados para o controle de insetos, ácaros, nematóides e moluscos;
  • Fungicidas: Usados no controle de doenças causadas essencialmente por fungos, bactérias e vírus;
  • Herbicidas: Destinados ao controle de plantas daninhas.

Também são considerados agrotóxicos as substâncias e produtos que tenham ação desfolhante e dessecante, além de estimuladores e inibidores de crescimento. Dessa forma, os agrotóxicos, quando utilizados de uma forma sustentável e controlada, visam preservar a flora e a fauna da ação danosa de pragas.

Principais diferenças entre fertilizantes e agrotóxicosDo ponto de vista de necessidade de uso, estes dois produtos são distintos. Assim, para que não haja erro ou confusão no meio agrícola, é importante saber diferenciar o fertilizante do agrotóxico da forma correta.

O primeiro tem como função principal o fornecimento de nutrientes para o correto desenvolvimento das plantas, enquanto o segundo visa proteger e precavir às plantações contra o ataque de doenças, pragas e plantas daninhas.

Além disso, fertilizantes podem se apresentar como orgânicos (adubo, principalmente) ou inorgânicos (essencialmente químicos). Já os agrotóxicos, diferentemente do que muitas pessoas imaginam podem ser definidos como quaisquer produtos de natureza biológica, física ou química usados no combate de visitantes indesejados.

Vale lembrar, também, que os fertilizantes podem ser aplicados em todas as etapas de crescimento da planta, desde a preparação do solo até o florescimento, diferentemente dos agrotóxicos, que não são utilizados no momento da germinação nem na preparação do solo.

“Agrotóxico faz mal ao ambiente. Fertilizante não!”

Você reconhece essa frase? Ela é bastante comum no meio rural. O agrotóxico sempre é o “vilão” e o fertilizante sempre é visto por suas qualidades. Entretanto, esta afirmação não está totalmente correta (nem totalmente errada). Veja a razão.

Esses dois tipos de produtos são utilizados para prover melhorias na lavoura. Assim, quando aplicados com critério, na dosagem e balanceamento corretos e da forma correta, irão promover aumento da produtividade e da lucratividade na atividade agrícola, sempre priorizando a sustentabilidade.

Por outro lado, o uso desenfreado e inadequado, tanto do agrotóxico quanto do fertilizante, pode provocar sérios problemas ao meio ambiente e à saúde.

O uso desenfreado de agrotóxicos, por exemplo, pode gerar contaminação de plantas, do solo e de fontes de água. Os fertilizantes em excesso, por sua vez, podem gerar acidificação do solo, imobilização de nutrientes, mineralização e redução da matéria orgânica.

Porém, independente de toda a discussão a despeito destes compostos, vale lembrar que tanto o agrotóxico quanto o fertilizante são necessários para o aumento da produtividade.

Veja o exemplo dos fertilizantes. Eles são responsáveis por aproximadamente 50% da produção mundial de alimentos. Sem eles haveria menor quantidade de comida para a população, o que levaria a problemas graves de alimentação mundial.

Dessa forma, o que devemos fazer é utiliza-los com cuidado e seguindo todas as recomendações de fabricantes e agrônomos.