Paranavaí vai receber maior núcleo de genética suína da América do Sul

O governador Carlos Massa Ratinho Junior visitou as obras de instalação do novo núcleo genético e da unidade de disseminação de genes da empresa Agroceres Pic, no limite entre Paranavaí e Santo Antônio do Caiuá, no Noroeste. A multinacional é líder no segmento e, com a ação, promete inaugurar uma nova era no trabalho de melhoramento genético de suínos no Brasil, ajudando a fomentar a atividade na região.

A unidade de produção paranaense começou a ser erguida em abril e será a maior da América do Sul, com 70 mil metros quadrados de área construída, capacidade para alojar 3,6 mil fêmeas de elite e uma produção estimada em até 110 mil animais por ano. A previsão é que a sede comece a entrar em operação no primeiro semestre de 2022.

O investimento supera R$ 100 milhões, com a criação de 400 empregos diretos na fase de construção. Quando estiver em funcionamento, a empresa estima gerar 300 postos de trabalho entre diretos e indiretos.

“A vinda da Agroceres Pic para o Paraná gera emprego, renda e desenvolvimento. Sem contar que eleva a questão genética da nossa produção, do nosso rebanho. Nos ajuda também a atrair novos investimentos, com a possibilidade de instalação de mais granjas e frigoríficos nessa região do Estado”, afirmou Ratinho Junior.

O governador lembrou que o Paraná é o segundo maior produtor de suínos, atrás apenas de Santa Catarina. O segmento apresentou um aumento de 10,6% no primeiro trimestre deste ano. Foram 241,3 mil toneladas de carne produzidas e 2,5 milhões de porcos abatidos nos primeiros três meses de 2021, 211 mil a mais que no mesmo período do ano passado.

A projeção para 2021 é de alcançar 950 mil toneladas – em 2020 foram 936 mil toneladas, um aumento de 11,1% comparativamente a 2019. Perspectiva de crescimento que vem exatamente da intensificação da suinocultura em outros pontos do Estado, como a Região Noroeste, e também com a confirmação em maio por parte da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) de que o Paraná se tornou área de zona livre de peste suína clássica independente, o Estado garante vantagens sanitárias aos produtores locais no mercado internacional.

“Esse projeto vai além do Noroeste, ajuda o Paraná como um todo. Queremos, em pouco tempo, ser o líder de mercado na produção da carne suína. E vamos ser. Essa chancela da OIE nos abriu um novo campo, entrar em novos mercados, justamente por causa da nossa qualidade sanitária e da qualidade da nossa proteína animal”, destacou o governador.

Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara lembrou que o Estado abate atualmente cerca de 10 milhões de cabeças de suínos por ano. Quantidade que, estimou ele, deve chegar a 18 milhões de cabeças em até sete anos.

“A instalação da Agroceres Pic ajuda a sustentar essa expansão que estamos buscando. Temos qualidade, sanidade, soja e milho para a ração dos animais e preço competitivo. Agora é exercitar nossa capacidade comercial para conversar com aqueles mercados que não falavam conosco”, disse Ortigara.

PROJETO – O núcleo genético gênesis e a unidade de disseminação de genes de Paranavaí estão instalados em uma área de aproximadamente 600 hectares. Destes, 10 hectares serão utilizados para a construção das unidades e o restante destinados à Área de Proteção Permanente (APP), reserva legal e recomposição da floresta nativa, com vistas ao fortalecimento da biossegurança da área. A empresa já iniciou o plantio de 200 hectares de eucalipto.

“A questão da biossegurança é muito importante para a empresa. Escolhemos a região por ainda não existir uma grande concentração de suínos, o que diminui o risco de entrar uma nova doença no rebanho. Pelo projeto ser para uma granja do tipo da pirâmide genética, temos de ter um alto status de saúde”, disse o gerente de produção da Agroceres Pic, Nevton Hector Brun.

“Mas contou também a parte logística, com a malha rodoviária do Paraná. Além disso, precisaremos de mão de obra mais qualificada, o que encontramos nesta região”, acrescentou.

A unidade deve entrar em operação em 2022 e o novo núcleo genético tem projeção para pleno funcionamento no primeiro trimestre de 2023.

Em paralelo, e para dar suporte às duas novas unidades de produção, a empresa vai construir também uma fábrica de ração que terá capacidade de produção de 35 mil toneladas por ano.