Procura por carne despenca no Brasil e paralisa frigoríficos

O efeito da paralisação repentina e generalizada devido a pandemia do Coronavírus (Covid19), atingiu o setor de proteína animal brasileiro. As vendas no atacado e no varejo da carne de boi registraram queda, principalmente nos chamados “cortes nobres”.

Apesar de um primeiro momento ter apontado para um consumo maior provocado pela corrida aos supermercados do país, o isolamento fez com que o churrasco fosse praticamente suspenso, além de lanchonetes e restaurantes terem fechados ou diminuído drasticamente o movimento.

Com a quarentena sendo praticada, não há consumo para os cortes nobres, o que já obrigou frigoríficos de médio porte a congelar picanha, prática incomum.

As vendas dos cortes nobres, os mais apreciados e com preços mais altos na composição do boi (10% da carcaça bovina), caíram mais de 50%, segundo duas fontes.

“Dizem que ninguém deixa de comer. Calma! O povo vai deixar de comer, sim. Ele vai para o frango e o ovo”, disse um executivo da indústria, lembrando que a carne bovina é a proteína mais cara.

Com essa redução no consumo de carne, três plantas frigoríficas do MS entraram em férias coletivas nesta semana. No total já são 11 plantas frigoríficas paralisadas em todo o País.

De acordo com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), durante o período de 30 de março a 3 de abril, houve desvalorização do preço da arroba do boi ao produtor em 3,5%.